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Foto/Divulgação

Professor Ivan de Oliveira, que também é ator, diretor e autor e que se identifica como “agente transformador e transformado através da arte”, relata o sucesso do trabalho de dramaturgia feito junto aos alunos de escola pública estadual em São Gonçalo/RJ

Em maio deste ano, Ivan de Oliveira recebeu o convite da professora Aline Mello (agente de leitura), ambos lotados no Colégio Estadual Frederico Azevedo (CEFA), dirigido pela professora Cristina Valéria Villas-Bôas, para participar do sarau de leitura organizado pelos agentes de leitura da Metropolitana II/SEEDUC-RJ. A partir dali começou um grande desafio. Dentre as sugestões literárias apresentadas pela professora Aline, uma logo o pegou de assalto: a biografia de dona Clementina de Jesus, “a grande dama ancestral da música nacional”, como disse ele.

Em “Quelé: a voz da cor”, escrita por Felipe Castro, Janaína Marquesini, Luana Costa e Raquel Munhoz, a leitura proporcionou o reencontro com as suas raízes. “Foi apaixonante revisitar as obras interpretadas por Clementina de Jesus”, disse Ivan, e “poder conhecer um pouco mais da história e trajetória dessa grande cantora e, enquanto educador, entendi que minha missão nesse desafio era partilhar junto aos meus alunos e ao nosso futuro público essa preciosidade”. Assim, acrescenta: “então peguei o livro e fui para casa me deleitar com a leitura e as pesquisas para escrever a dramaturgia, que durante o processo foi surgindo de maneira fluída, como dona Clementina fizesse parte da minha família, foi extremamente prazeroso”.

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Texto pronto, agora outro desafio: encontrar os alunos para defender essa dramaturgia. Mais uma vez ele contou  com a preciosa ajuda  da “competente agente de leitura, pois estou readaptado e não tenho muito contato com os alunos, e assim foi feito”, disse Ivan. A professora Aline foi indicando alguns alunos e foram chamados alguns que já haviam trabalhado com ele em outro projeto, o “Chá Literário” da brilhante professora escritora Flávia Joss, e os próprios alunos que já estavam no projeto foram chamando outros.

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“Pronto, já tínhamos um grande elenco, partimos para a leitura do texto para conhecermos a personagem central”, disse Ivan. Os alunos ficaram entusiasmados e logo “começamos o processo do ensaio com as marcas e criações de cena, levamos um tempo  para chegarmos a encenação como deveria ser. Nesse caminhar, alguns foram abandonando o processo e outros foram chegando para agregar a equipe e conseguirmos construir a nossa obra”.

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Depois de muitos ensaios e desafios vencidos, finalmente chegou o dia da apresentação de “Quelé: a voz da cor” no sarau organizado pelas agentes de leitura da Metropolitana II no SESC/SG, no dia 31 de julho de 2025. Ivan ressalta que foi “um sonho realizado por todos os envolvidos nesse belo trabalho, nossos alunos atores e toda a ficha técnica simplesmente brilharam defendendo o recorte histórico proposto na dramaturgia, tanto que nos rendeu o convite para participarmos do último sarau literário do ano promovido pela SEEDUC-RJ”.

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Além disso, o CEFA, “uma escola periférica”, como ele define, estará representando a Metropolitana II no Sarau Literário da SEEDUC RJ no Parque Garota de Ipanema, no Arpoador, no dia 26 de novembro. Emocionado, Ivan confessa: “meu coração está transbordando de orgulho e agradecimento a direção e a todos os professores e funcionários do Colégio Estadual Frederico Azevedo, unidade que tenho muita honra de lecionar localizada no bairro de Itaúna, no município de São Gonçalo”. Ivan conclui afirmando que: “a arte e a educação são parceiras para soluções possíveis e o teatro é o elo dessa parceria para a transformação real. Viva dona Clementina de Jesus, nossa ancestralidade preta!”.

Fonte: Ivan de Oliveira

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