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A Secretaria de Saúde de Niterói está mobilizada para ajudar o menino Paulo Felipe, de 12 anos, que possui SHUa – Síndrome Hemolítico-Urêmica Atípica, uma doença rara e grave que afeta os rins e é caracterizada por lesões na parede interna dos vasos sanguíneos. A secretária municipal de Saúde, Ilza Fellows, visitou a mãe do menino, Antomilka Araújo Cordeiro, na tarde desta terça-feira (22), para prestar todo o apoio do município no tratamento que ele iniciará com uma medicação especial, de alto custo, que não é fornecida pelo Sistema Único de Saúde (SUS), mas será adquirida pela família com recursos obtidos por meio de vaquinha nas redes sociais.

 

“O menino Paulo Felipe está sendo acompanhado pela nossa equipe de saúde da família e pelos especialistas do Hospital Getulinho, que reabrimos no meu primeiro mandato. A nefrologista pediátrica do hospital prescreveu o medicamento que, infelizmente, ainda não é disponibilizado pelo Ministério da Saúde para essa doença, e por isso a Justiça negou o fornecimento pela rede pública. A família conseguiu adquirir o remédio por meio de uma campanha na internet, e determinei à Secretaria Municipal de Saúde que o Getulinho faça o armazenamento e a aplicação da medicação. Em Niterói, tratamos a saúde com responsabilidade, seriedade e respeito às pessoas”, afirmou o prefeito.

O medicamento Ultomiris (ravulizumabe) necessita de refrigeração entre 2ºC e 8ºC, e a Prefeitura vai armazenar o insumo na rede, assim como realizar a infusão. Paulo Felipe é acompanhado pelo Módulo Médico de Família João Sampaio, no bairro Maceió, pela nefro-pediatra do Hospital Municipal Getúlio Vargas Filho (Getulinho), e também pelo Hospital Estadual da Criança, no Rio de Janeiro.

“Vamos garantir todas as condições necessárias para a estabilidade da medicação, tanto em relação à temperatura quanto ao armazenamento. Na segunda-feira, o Paulo Felipe será atendido pela nossa nefro-pediatra, que já o acompanha e foi, inclusive, a responsável pela prescrição da medicação utilizada neste momento de transição. Seguiremos juntos, passo a passo, rumo ao transplante”, afirmou a secretária.

De acordo com a Secretaria de Saúde, o medicamento foi validado pela Anvisa, mas ainda existe uma discussão interna na Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias do Ministério da Saúde quanto à utilização na assistência à doença SHUa. Paulo Felipe segue em tratamento de hemodiálise até que possa se submeter a um transplante de rins.

“Estamos nessa luta para garantir o tratamento dele. Ainda não conseguimos avançar na via judicial, mas tivemos apoio por meio de doações, que permitiram o início da compra da medicação. Agora, buscamos um local adequado tanto para a infusão quanto para o armazenamento do remédio. Tudo isso tem sido um processo muito difícil”, contou a mãe.

Quadro ultrarraro – A Síndrome Hemolítico-Urêmica Atípica, também conhecida como SHUa, é uma das poucas doenças classificadas como ultrarraras. Sua incidência estimada é de menos de dois casos diagnosticados para cada milhão de pessoas, anualmente, em todo o mundo.

A doença afeta os vasos sanguíneos, causando hemólise (destruição dos glóbulos vermelhos), insuficiência renal e plaquetopenia (diminuição do número de plaquetas no sangue). Diferente da forma típica da síndrome, que geralmente é desencadeada por infecções bacterianas do trato gastrointestinal, a SHUa é causada por disfunções no sistema imunológico, especificamente na via do complemento, que elimina microrganismos e células danificadas do corpo.

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