
Rio Maracanã, Av. Maracanã. Foto/Divulgação
Início das ações de fiscalização na bacia do Mangue impulsionam a recuperação do afluente e beneficiam a Baía de Guanabara
Na Floresta da Tijuca, no Alto da Boa Vista, nasce o Rio Maracanã, que percorre parte da Zona Norte da cidade até desaguar no Canal do Mangue, e, posteriormente, na Baía de Guanabara. O que começa como um curso d’água cristalino se torna um rio escuro e sem vida, reflexo de décadas de despejo de esgoto in natura. Para transformar essa realidade, a Águas do Rio vem combatendo ligações clandestinas nas redes de água de chuva e reparando tubulações de esgoto no seu entorno. Em um ano, 25 milhões de litros de esgoto – volume equivalente a 11 piscinas olímpicas – deixaram de cair em seu leito todos os meses. E esse é só o começo.
O projeto de despoluição da bacia do Mangue foi estruturado em etapas. A primeira, já concluída, envolveu o mapeamento de dez quilômetros do Rio Maracanã e seus afluentes, com uso de vídeo-inspeção com superzoom para identificar pontos de lançamento irregular de esgoto nas redes pluviais. Com base nesse diagnóstico, a segunda etapa, atualmente em andamento, foca na recuperação e reconstrução das tubulações, além da fiscalização contínua e notificação dos usuários com conexões indevidas.

Um dos casos identificados chamou atenção pelo volume despejado: um edifício na Rua Barão de Mesquita lançava 1,5 milhão de litros de esgoto por mês no Rio Maracanã por meio de uma ligação clandestina a uma galeria pluvial. A Águas do Rio resolveu o problema com a implantação de uma nova rede de esgoto, eliminando a antiga conexão irregular. No total, a concessionária já realizou 251 desobstruções, 87 manutenções na rede e conteve 13 pontos com irregularidades.

“Neste primeiro momento, o foco das ações de fiscalização na bacia do canal do Mangue são as contribuições no Rio Maracanã. Essa frente de trabalho faz parte do compromisso ambiental da concessionária com a recuperação da Baía de Guanabara e caminha em conjunto com o principal projeto da concessionária, que é universalizar os serviços de esgotamento sanitário até 2033 – conforme determina o Marco Legal do Saneamento”, destaca Maria Alice Rangel, Gerente de Serviços da companhia.
Próximos passos
Todo o trabalho no Canal do Mangue, que também recebe as águas dos rios Papa-Couve, Trapicheiros, Joana e Rio Comprido, será fundamental na proteção da Baía de Guanabara. Para os próximos anos, a empresa está estruturando a implantação de coletores em tempo seco que vão captar o maior volume de esgoto despejado na bacia, que é gerado pelas comunidades do entorno. Por envolver estudos detalhados e obras de maior porte, essa etapa exige um planejamento mais extenso. A melhoria na qualidade da água do rio será gradual, acompanhando, principalmente, o avanço dessas intervenções.
Monitoramento
Para acompanhar a evolução das ações realizadas, a concessionária mantém uma rotina de monitoramento da qualidade da água, realizando coletas quinzenais de amostras, em cinco pontos do rio. Parâmetros como coliformes fecais, turbidez, pH e oxigênio dissolvido, entre outros, são analisados. Com esses dados, futuramente, a concessionária conseguirá mensurar os avanços obtidos e direcionar de forma ainda mais precisa as próximas etapas das intervenções para a recuperação do rio.