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Foto/Divulgação: Gil Soares / Sedsodh

Atividades aconteceram em parceria com o MetrôRio e RioGaleão

Apenas em 2024 mais de duas mil pessoas foram resgatadas em condições análogas à escravidão no Brasil. Observando esse cenário, e em alusão à data, celebrada nesta quarta-feira (30/07), a Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos realizou duas atividades com foco na prevenção ao crime.

Durante a manhã, equipes da Coordenadoria de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas e Trabalho Escravo da SEDSODH, do projeto Ação Integrada, Casa da Mulher Trabalhadora (Camtra) e da Defensoria Pública estiveram presentes na estação Carioca/Centro do MetrôRio para informar o público sobre as legislações vigentes e distribuir folhetos informativos. Os passageiros também tiraram dúvidas sobre como denunciar casos suspeitos e conhecer melhor a rede de atendimento às vítimas.

Foto/Divulgação: Gil Soares / Sedsodh

Das 9h às 11h, no Centro do Rio, cerca de 800 pessoas foram sensibilizadas. Seguindo com as atividades de prevenção nesta quarta, das 14h às 16h, os profissionais estiveram no Terminal Galeão para divulgar mais informações para a população.

– Conseguimos atingir mais de mil pessoas apenas sensibilizando sobre essa temática no dia de hoje. Somente no ano passado, a coordenação prestou mais de 400 atendimentos a vítimas e possíveis vítimas. É importante demais falarmos sobre essa grave violação, porque muitas pessoas não conhecem os sinais e pode acabar passando despercebido no meio de outros crimes. Precisamos prevenir e levar para a população os canais de denúncia disponíveis. – comentou a coordenadora de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas e Trabalho Escravo, Julia Kronemberger.

Ainda neste 30 de julho, o Cristo Redentor será iluminado de azul, cor que dá nome a campanha de conscientização contra o tráfico de pessoas criada pela ONU em 2009: Coração Azul.

No ano passado, foram 68 pessoas resgatadas no estado. Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense, é o município fluminense com mais resgates feitos, sendo 982 entre 1995 e 2024. Os dados são do Observatório da Erradicação do Trabalho Escravo e do Tráfico de Pessoas.

Foco em ações de conscientização

Entre as atividades e serviços, a Coordenação realiza capacitações, campanhas de sensibilização, articulações institucionais e atendimento direto a vítimas. Em 2024, foram registrados aproximadamente 426 atendimentos, demonstrando o compromisso contínuo com a proteção e a promoção dos direitos humanos no estado. De janeiro a junho de 2025, a coordenação efetuou 123 acompanhamentos de casos e possíveis casos de violações de direitos humanos.

A SEDSODH lançou, em junho, a campanha itinerante Trajetórias, de erradicação da xenofobia, racismo e tráfico de pessoas. O trabalho junta duas exposições: Ressignificar e Nós Por Nós. A primeira é resultante do trabalho realizado no Projeto Desenhando Novas Histórias, da SEDSODH e da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). A mostra apresenta artes visuais e falas extraídas de um dispositivo de escuta grupal com direção psicanalítica, oferecido como escuta às vítimas de tráfico de pessoas e trabalho escravo, acolhidas no projeto.

A exposição Nós Por Nós rememora Moïse Kabagambe, jovem congolês brutalmente assassinado no Rio de Janeiro, e reúne fotografias da infância, juventude e vida cotidiana de Moisés, além da exibição de um mini documentário com depoimentos de amigos e familiares. Nesse conjunto, o que se oferece não é apenas uma homenagem póstuma, mas um gesto de reconstrução da dignidade.

A campanha está disponível na galeria Cubo de Vidro no campus Maracanã do Cefet/RJ até o dia 05 de setembro. O próximo município contemplado será Areal, em 05 de agosto. Juntas, as ações propõem uma jornada de escuta, memória e mobilização coletiva, estimulando o debate crítico e o fortalecimento do combate às violações de direitos que ainda marcam nossa sociedade.

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