
Fotos/Divulgação: Sandra Barros- seeduc'RJ
Além da diversão, evento oferece oportunidade para estudantes aprenderem técnicas, trocarem conhecimento e apresentarem projetos
Uma iniciativa cheia de inovação e criatividade aconteceu na manhã desta quarta-feira (11/06) no Sesc Nova Iguaçu: a Mostra Jovens na Robótica, que contou com um torneio e ofereceu oficinas com a temática de tecnologias e suas múltiplas dimensões na área do conhecimento. O evento teve como objetivo apresentar e preparar os estudantes para que eles busquem soluções práticas e rápidas para seus problemas. A ideia é que esta prática, que desperta os alunos para o campo científico, possa se expandir para mais escolas e que a cultura maker se consolide de vez na rede.
— O que estamos vendo nesta ação é algo maravilhoso. É uma oportunidade de nossos jovens estudantes da rede pública construírem conhecimento, fazerem trocas e apresentaram seus projetos, aliando tecnologia e inovação. Um evento cheio de criatividade — afirmou a subsecretária de Gestão de Ensino da Secretaria de Estado de Educação, Joilza Rangel.
As aulas de robótica incentivam o trabalho em equipe, a cooperação, planejamento, pesquisa e tomada de decisões, além de promoverem o diálogo e o respeito a diferentes opiniões. Trabalham também a interdisciplinaridade, com conceitos de diversas áreas, como linguagem, matemática, física, eletricidade, eletrônica, mecânica, arquitetura, ciências, história, geografia e artes.
— Esse universo me encantou. Desde cedo, acompanho meu pai, que é mecânico, e isso incentivou meu interesse por sistema e robótica. Me encontrei nessa área na escola. Eu me imaginava fazendo algo bem maior, quem sabe um robô humanoide — contou Jorge Ricardo Martelote, de 15 anos, aluno da 1ª série do Ensino Médio do Ciep 031 Lírio do Laguna, de Duque de Caxias.

A robótica educacional desenvolve a criatividade dos alunos, o raciocínio e a lógica na construção de maquetes e de programas, e o trabalho desenvolvido na escola está colhendo frutos para o surgimento de novos programadores e desenvolvedores.
— A robótica tem me ajudado muito. Já vemos vários projetos que estão sendo usados no nosso cotidiano. Eu acredito que, em pouco tempo, esses robôs poderão revolucionar o mundo, e a participação deles na escola é fundamental — destacou Luizabel Rodrigues, de 15 anos, aluna do 9º ano do Ensino Fundamental do Ciep 377 Carmem da Silva, de Belford Roxo.

As equipes das unidades estaduais da região têm alcançado destaque no cenário da robótica. Em 2024, por exemplo, duas escolas conquistaram ouro, prata e bronze no campeonato mundial, o Roboworld Cup Fira, realizado no Maranhão. A Rex Tech, do Colégio Estadual Maria Justiniano Fernandes, foi a grande campeã do torneio Missão Impossível e também ficou em segundo lugar na disputa Cabo de Guerra, ambas até 14 anos. Já o Spartan Team, do Colégio Estadual Bernardino Mello Júnior, ficou com o terceiro lugar geral na competição Missão Impossível, para alunos até 19 anos.
— A Rex Tech está muito empolgada para a segunda edição da Mostra Jovens na Robótica. Eles participaram no ano passado, muito cansados, porque tinham acabado de retornar de um campeonato na véspera e no fim de um ano de muitos eventos e torneios de robótica, inclusive com viagens para fora do estado. Desta vez, estão bem animados e cheios de gás porque, para eles, será o primeiro evento do ano — declarou a diretora-geral do Colégio Estadual Maria Justiniano Fernandes, Adriana Igrejas.
Estudantes que integram o programa Jovem Repórter 2025 também estiveram no local, fazendo a cobertura jornalística do evento. A ação é fruto de uma parceria entre as secretarias de Estado de Educação (Seeduc-RJ), da Casa Civil, de Comunicação Social e Publicidade e da Subsecretaria de Relações Internacionais, com o objetivo de preparar estudantes da rede estadual para atuarem como produtores de conteúdo para diversas mídias.
— Está sendo algo inexplicável. Ano passado, estava neste mesmo evento, como competidora, e hoje, como repórter, é bem diferente. Estou conseguindo ver as coisas de outra forma, com uma visão mais ampla, e poder transmitir isso é muito especial — comentou Gabrielle Almeida, de 17 anos, aluna do Ciep 117 Carlos Drummond de Andrade Intercultural Brasil-Estados Unidos e participante do Jovem Repórter.
Paralelamente à mostra, foi realizado no local a etapa regional do torneio de robótica FIRST Lego League, categoria Explore, com a temática relacionada ao Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 14: Vida na Água, que visa conservar e promover o uso sustentável dos oceanos, dos mares e dos recursos marinhos para o desenvolvimento sustentável. Essa competição, de porte internacional, também conta com a participação dos estudantes da rede pública na categoria Challenge.

— O que estamos vivenciando nesta ação é mais que um evento expositivo. É uma poderosa ferramenta de aprendizagem, que conecta teoria e prática, estimula a criatividade e valoriza as competências do século 21, como o pensamento crítico, a resolução de problemas e o trabalho em equipe. A mostra incentiva a inclusão digital e a iniciação científica, ampliando horizontes acadêmicos e profissionais — ressaltou Maria Angélica Novaes, da Subsecretaria de Gestão de Ensino da Seeduc.
Este trabalho é desenvolvido não apenas para apresentar os projetos realizados nessas escolas, mas para criar esta cultura em toda a rede de ensino, com a participação cada vez maior de alunos e de toda a comunidade acadêmica.
— A motivação dos alunos é visível no brilho dos olhos, na dedicação nas horas extras de estudo, nas ideias criativas para resolver problemas complexos. Cada desafio enfrentado, cada programação ajustada e cada apresentação realizada são momentos de aprendizado, superação e trabalho em equipe. Eles não participam apenas por competir, mas por acreditar que a ciência e a tecnologia são caminhos possíveis e acessíveis para mudar o mundo — resumiu Guilherme Machado, diretor do Colégio Bernardino Mello Júnior e um dos maiores incentivadores da robótica na rede estadual.