
Foto/Divulgação: Julio Diniz
Atendimento de motociclistas sobrecarrega setor de fisioterapia do Heat
Um dos trabalhos mais necessários após acidentes de trânsito é o de fisioterapia. Quase a totalidade das vítimas necessita de reabilitação durante a internação e pós-alta hospitalar. Isso significa que os gonçalenses que estão na fila eletiva para o tratamento podem esperar mais tempo. Para alertar sobre os riscos dos acidentes de trânsito e suas consequências para toda a população, a Prefeitura de São Gonçalo, em parceria com o Hospital Estadual Alberto Torres (Heat), no Colubandê, faz a campanha de alerta: “A Imprudência custa caro”.
O paciente vítima de acidente de trânsito, normalmente, passou por algum tipo de cirurgia. E para a recuperação motora, ele vai precisar de fisioterapia. A reabilitação pode durar meses, anos e até pode ter que ser feita pelo resto da vida, o que reflete diretamente nos atendimentos para a população em geral, já que o acidentado leva mais tempo para receber alta das sessões ou até não receber. É um impacto gigantesco na saúde pública.
Rosângela Marques é coordenadora técnica do setor de fisioterapia do Heat há 11 anos. Ela acompanha o aumento dos acidentes de moto na unidade e os traumas cada vez mais graves, com mais tempo de internação e de reabilitação. “A maioria dos pacientes acidentados passa por cirurgia e chega para a fisioterapia. Infelizmente, a maioria é de longa permanência. Os mais graves têm muitas limitações. Às vezes, permanentes. E vão levar meses com o processo de reabilitação do lado de fora”, explicou a fisioterapeuta.
Mesmo aqueles que são chamados de curta permanência têm internação média de 17 dias e também vão continuar a reabilitação nas unidades municipais ou no próprio atendimento ambulatorial do Heat. “O pior disso tudo é que sabemos que muitos acidentes poderiam ter sido evitados. Mas o nosso objetivo é otimizar a capacidade funcional para realizar a alta com mais segurança para que o paciente não precise retornar para a unidade, sobrecarregando todo o complexo”, contou.

Dentro de todo esse contexto, ainda há os amputados, que têm que reaprender a ficar de pé, andar ou usar só uma mão. “O reaprender com a fisioterapia não é tudo. Eles precisam de mais assistência com uma equipe multiprofissional, principalmente de psicólogo. É um outro tipo de reabilitação para que esses pacientes não percam a esperança de vida. E até esse paciente voltar para a vida, vai levar um tempo. Eles perdem a qualidade de vida e as condições laborais, prejudicando também toda a família. Então, por isso, eu deixo a minha mensagem: a imprudência custa caro”, finalizou Rosângela.
O objetivo da campanha “Imprudência Custa Caro” é alertar os motoristas, principalmente aqueles que pilotam moto e que, normalmente, são os mais prejudicados nos acidentes de trânsito – a maior parte gerado por imperícia, negligência ou imprudência de quem está ao volante.
Todos os dias, pelo menos, 30 acidentes acontecem com motos na cidade. Nos finais de semana, esse número pode dobrar. O resultado é a sobrecarga nas unidades de saúde, que deixam de atender aqueles que esperam por cirurgias eletivas e tratamentos. Toda a rede de saúde é impactada. Não só a urgência e emergência, mas a especializada e a básica, pois dão continuidade aos tratamentos e consultas pós-alta hospitalar.
Fonte: PMSG