quem tem medo de crianças

Foto/Divulgação: quem tem medo de crianças

Peça faz apresentações gratuitas e acessíveis na semana do Dia das Crianças no Centro Ecocultural Sueli Pontes, em Piratininga

Como seria o mundo se, de repente, as crianças deixassem de habitá-lo? É a partir dessa provocação que surge o espetáculo infantojuvenil “Quem tem medo de crianças?”, que se apresenta na semana do Dia das Crianças. Em cartaz nesta sexta-feira (10), às 10h e às 15h, no Centro Ecocultural Sueli Pontes, no sábado (11), às 14h e às 16h; e domingo (12), também às 14h e às 16h. Todas as sessões são gratuitas e abertas ao público. As duas primeiras apresentações contemplarão escolas públicas. As apresentações contarão com Espaço de Regulação Sensorial com a presença de monitora, além de intérprete de libras (sábado, às 14h e 16h, domingo, às 16h) e audiodescrição (sábado, às 16h). A programação também conta com uma oficina de teatro gratuita para crianças, na sexta (10), após a apresentação de 15h.

 

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A protagonista da peça é Lili, uma mulher que não suporta a presença de crianças. Até que um dia acorda e descobre que seu sonho se tornou realidade: não existem mais crianças no mundo. Enquanto os adultos seguem suas rotinas sem perceber o que falta, Lili é a única consciente da ausência. Aos poucos, o mundo começa a perder suas cores, ela se vê em um cenário bem diferente do idealizado, e diante de um mistério: afinal, para onde foi a infância?

A ideia do espetáculo nasceu da inquietação da autora com o crescimento da demanda por espaços “Childfree”, um movimento formado por pessoas que não desejam a presença de crianças em determinados espaços. “Isso me causou um incômodo, porque evidencia uma dificuldade em lidar com a diferença e um aprofundamento do individualismo. Quis levar esse desejo ao extremo: e se fosse possível, então, um mundo sem crianças?”, questiona a autora.

Com dramaturgia de Ana Luiza França, vencedora do Prêmio CBTIJ 2024 de Texto Original, a peça propõe uma reflexão poética, crítica, leve e bem-humorada sobre a ausência das crianças no cotidiano e suas implicações na vida social, no trabalho, na ciência e até na própria imaginação. 

Inspirada pela poesia em geral, e em especial, pela poética de Manoel de Barros, a autora deseja falar das coisas “desimportantes” ou “inúteis” que considera, na verdade, vitais para a experiência humana. “As crianças sabem muito bem inventar novos sentidos para aquilo que o mundo adulto descarta ou não considera relevante. Conforme crescemos, somos induzidos ao mundo do trabalho. As responsabilidades são muitas, os boletos não esperam e, assim, muitas vezes sucumbimos à desesperança. As crianças, ao contrário, nos lembram da nossa capacidade de encantamento. Elas trazem movimento: perguntas, gargalhadas, energia e choros. Chegam e, junto delas, a possibilidade do novo e, de quando em quando, também o caos”, reflete Ana Luiza.

Com direção de Breno Sanches, indicado ao Prêmio Zilka Salaberry 2018, o espetáculo reafirma a importância da imaginação, da curiosidade, da poesia e daquilo que nasce do lúdico.O elenco reúne nomes de peso do teatro: além da própria Ana Luiza França (indicada como Atriz em Papel Protagonista no Prêmio CBTIJ 2024), estão Marcio Nascimento (indicado ao Prêmio Shell 2019), Juliano Antunes (que já foi dirigido por grandes nomes como Gerald Thomas) e Claudia Macedo (Melhor Atriz na 11ª edição do FESTU). 

Foto/Divulgação: quem tem medo de crianças

“Desejo que tenhamos mais abertura ao que é diferente de nós e que possamos valorizar as trocas entre gerações, tão essenciais para o nosso desenvolvimento individual e como sociedade. Que a infância não seja esquecida quando crescemos. E que, enquanto crianças, possamos viver a nossa criancice com todo o entusiasmo que ela merece”, conclui  Ana Luiza França.

O projeto é viabilizado pelo Governo Federal, Ministério da Cultura, Governo do Estado do Rio de Janeiro, Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro,

através da Política Nacional Aldir Blanc. 

SINOPSE:

Crianças trazem movimento. Com perguntas curiosas, às vezes constrangedoras, com a demanda por atenção, com gargalhadas e choros, com a energia para correr por todos os lados. Chegam e trazem a possibilidade do novo e, de quando em quando, o caos. Em nossa história, a personagem Lili não tolera isso! Evita parques, praias, ruas com escolas, se esquiva em calçadas e elevadores para não ter que sequer cruzar olhares com esses seres pequeninos e barulhentos, ávidos por novas amizades. Mas, um dia, ela acorda e seu sonho se tornou realidade: só há adultos no mundo! 

SERVIÇO:

Local: Centro Ecocultural Sueli Pontes
Datas e horários:

10 de outubro (sexta-feira) – 10h e 15h 

11 de outubro (sábado) – 14h e 16h

12 de outubro (domingo) – 14h e 16h

Oficina de teatro gratuita para crianças: 10 de outubro (sexta-feira), após sessão de 15h

Entrada: gratuita

Fonte: Higor de Souza

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